Dólar apresenta leve recuo enquanto mercado aguarda dados econômicos do Brasil, EUA e China

Economia 13/01/2025 10:29

Nesta segunda-feira (13), o dólar opera em leve queda, iniciando uma semana marcada pela expectativa de divulgação de dados econômicos relevantes no Brasil e no cenário internacional, que devem fornecer os últimos indicadores de 2024.

No Brasil, o destaque é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). O indicador, que será divulgado na quinta-feira (16), trará os números referentes a novembro. Além disso, o Banco Central publicou uma nova edição do Boletim Focus, com projeções atualizadas para a economia nacional.

Segundo o relatório, os economistas do mercado financeiro ajustaram novamente as expectativas para a inflação em 2025, prevendo que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano em 5%. Isso significa que a inflação deve ultrapassar o teto da meta, fixado entre 1,5% e 4,5% para 2025, cuja meta central é de 3%.

Cenário internacional: inflação nos EUA e balança comercial da China

Nos Estados Unidos, os investidores aguardam dados importantes sobre a inflação. O índice de preços ao produtor será divulgado na terça-feira (14), enquanto o Índice de Preços ao Consumidor será conhecido na quarta-feira (15), ambos referentes a dezembro. Esses números são cruciais para entender os rumos da política monetária do Federal Reserve (Fed), que almeja manter a inflação americana próxima de 2% ao ano.

Uma inflação controlada pode levar o Fed a reduzir ainda mais as taxas de juros, enfraquecendo o dólar frente a outras moedas. Por outro lado, uma inflação mais alta pode reverter essa tendência, especialmente diante da posse de Donald Trump como presidente, no próximo dia 20. Trump promete implementar tarifas sobre produtos importados, o que pode pressionar os preços e elevar a inflação nos Estados Unidos.

Na China, os números da balança comercial mostram um superávit de US$ 104,84 bilhões em dezembro, acima das expectativas e superior ao registrado em novembro. Este resultado reflete o vigor das exportações chinesas e é monitorado de perto pelos mercados globais.

Cotações: dólar e Ibovespa

Às 9h55, o dólar apresentava queda de 0,10%, cotado a R$ 6,0957. Na última sexta-feira (10), a moeda norte-americana fechou em alta de 1%, cotada a R$ 6,1017, acumulando uma queda de 1,28% na semana e de 1,26% no ano.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, iniciou as negociações às 10h. Na sexta-feira, o índice encerrou o pregão em alta de 0,77%, aos 118.856 pontos, acumulando um ganho semanal de 0,27%, mas com perdas de 1,19% no mês e no ano.

Principais influências no mercado

A atividade econômica brasileira e a inflação continuam sendo pontos de atenção para o mercado financeiro. Após uma alta de 4,83% no IPCA em 2024, as projeções para 2025 indicam um novo estouro da meta de inflação. O Boletim Focus revela expectativa de IPCA a 5% até o final do ano, com projeções para 2026 também ligeiramente revisadas para cima.

O Banco Central, liderado por Gabriel Galípolo, já enviou ao Ministério da Fazenda explicações sobre o descumprimento da meta de inflação em 2024, apontando a forte atividade econômica, a depreciação do real e fatores climáticos como os principais motivos.

No cenário externo, além dos dados de inflação nos EUA, a posse de Donald Trump pode trazer novos desafios econômicos, caso suas políticas protecionistas se concretizem, potencialmente interrompendo o ciclo de redução de juros do Fed e fortalecendo o dólar.

Por fim, o mercado permanece atento ao cenário fiscal brasileiro, à espera de novas medidas do governo para conter as despesas e equilibrar as contas públicas.


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